sábado, 4 de setembro de 2010

Como é lindo e perigosoQuando um bagual baixa o tosoCorcoveando num lançanteSabendo que àquele instanteSó nos separam da morteAs rédeas e a cincha forteFeita de couro e barbante!E como é lindo cruzarEnforquilhado nos bastos,Riscando o lombo dos pastosO mesmo que uma centelhaOu na várzea desparelhaSentir o bagual rodandoPro índio sair passeandoDepois de pisar na orelha!Quando piá, foi o prazer,Que nunca troquei por outroSaltar no lombo dum potroQuando a manada saía-Artes que a gente fazia,Se acaso estava solito,E depois pregava o gritoQuando o bagual se perdia!Terneiro de marcação,Ao se levantar do pialo,Já me levava a cavaloAli, bem sobre as cadeira.Les digo, é uma brincadeiraQue a gente faz sem pensar,Mas é parte regularDa aprendizagem campeira!E cheguei até a pensar,Pobre guri sem estudo,No lombo dum colmilhudoMais quente que amor de prima,Que Deus não fez melhor rimaDo que as esporas cantando,Um redomão corcoveandoE um índio grudado em cima!Cresci sabendo que o chucroExige muito cuidadoMas que o cavalo aporreadoExige cuidado e meio.Levei algum tombo feioDe grande e até de pequenoMas cavalo que eu enfrenoDá pra dançar num rodeio!